Pausa || Para Ser Atento
Atenção é um precioso mecanismo limitado no
tempo e na sua capacidade de fluxo de informação sensorial que, por sua
vez, depende da motivação do ou dos interlocutores, pois sem a
atenção devida a uma determinada situação não existem aprendizagens novas
ou consolidação das anteriores a esta.
A atenção é uma atitude psíquica, na qual há
seleção de determinados estímulos em detrimento de outros, funcionando como
filtro de algumas informações do meio ambiente. Ela dirige o nosso
comportamento e está sempre conectada com o grau de consciência de
cada pessoa.
Existem situações patológicas ligadas à
fisiologia morfológica da pessoa, mas não confundir com os deficits atencionais muitas vezes rotulados
para a vida, por momentos agitados de um ser inquieto por prismas
do saber que vá ao encontro da sua identidade e não somente
concordante dos métodos curriculares que um sistema
impõe como o mais correto e como verdade absoluta. Na maioria das vezes são
pessoas altamente criativas e a sua energia deve ser sabiamente conduzida
para o sentido da produtividade.
O estudo
da atenção foi interpretado quase como uma ciência exata
com as 3 premissas bases apresentadas, o limite temporal “a
atenção agradece pausas que reforcem a atenção a cada 20 minutos entre
tarefas”, a clareza do fluxo informativo “a mensagem deve ser clara e evidente
sem ruídos distratores” e a motivação “interesse pessoal”, em que os
seus aficionados dogmáticos creem que o mundo da criatividade
não tem nada a acrescentar, nada de valor, a fórmulas que sempre assim
foram e serão.
Crença à parte, alargar o espetro da atenção
aos mais variados domínios será benéfico para todos, como ter a
capacidade de uma atenção geral e introspetiva, assim como ter
a visão de um drone com observação através de imagens
extra estratosféricas e, ao mesmo tempo, intrapixelizada do teu mundo, sem
perder definição da tua realidade, sim é um
exercício complexo, mas simples ao mesmo tempo, por acrescentar
atenção consciente a tudo o que realizamos. Permite assim observar com atenção
o nosso comportamento através de uma ótica externa e com a tua
genuína compreensão dos teus processos intrapsíquicos.
Poderíamos falar da atenção de vários prismas polarizados às formas de a utilizar, tal como da constante mendigação da atenção eminente nas redes sociais, mas talvez fique para reflexões pessoais futuras.
Este é considerado o melhor tempo de sempre pelas descobertas científicas tal como a velocidade de conhecimento disponível, mas o desafio é constante e o maior é para quem não foi “treinado” a pensar de forma crítica e a construir o seu próprio conhecimento. Onde fica o poder crítico pessoal e genuíno e a suposta criatividade em tudo o que se faz, ter incentivos para o debate e aceitar sem reservas opiniões divergentes seria benéfico ter atenção ao que importa, sem a filtragem dos interesses do mediatismo dos “media”. Ter atenção à questão pouco lucrativa, mas de grande eriquecimento que é o “ser”, e ter tempo necessário para o cultivar e o recriar.
Fazer uma pausa para ser atento ao que
realmente importa e o que poderá ser o futuro da humanidade parece ser uma
utopia nos dias de hoje e uma consequente perda de tempo. Ter a noção
que o vício dos “media” desvia tempo e atenção da experiência
imediata do ambiente que nos rodeia para ter uma experiência do
utilizador mediada por uma grande variedade de dispositivos eletrónicos.
Importa agora fazer um exercício atencional que exige
alguma prática, o ter atenção ao aqui e agora onde estás e o que tens para
fazer no momento, sem condicionalismos do nosso antes e de
um depois que poderá vir.
Ser observador de nós mesmos em cada tarefa é um
exercício de grande utilidade e enriquecimento pessoal. A entrega, por
exemplo, a exercícios de arte que projetam a criatividade como
desenhos ou pinturas de Mandalas a ouvir música agradável é altamente
promotor de uma conetividade a um foco atencional que poderá dar
abertura a um mundo de possibilidades atencionais com o poder de
criar futuras ligações cognitivas.
Celino Barata