Pausa || Nada
Onde está o Nada!? Já te perguntaste onde reside o nada? Se será visível ou possível de mensurar? Possivelmente teremos de ver com outros olhos, com olhos de quem observa de verdade e saber esperar pela sua vez; para distinguir - de entre as múltiplas hipóteses - qual será o teu nada. E se bem pergunto, qual é o teu nada? Conheces o teu nada? Já abriste a porta do nada, ou ainda tens medo do escuro ou do vazio que tens de encarar para o atravessar? Parece importante e fundamental estar no vazio e senti-lo inteiro. Qual é o nada que tu valorizas? Aquele nada para o qual uma maioria trabalha arduamente, na esperança de um dia fazer nada. Que nada é esse que leva à questão: se pudesses não fazer nada, que farias?! Será que o nada que existe é o mesmo nada que vive numa bola de sabão onde residem todas as cores do arco-íris? Esse nada tão especial e essencial à vida, fonte de vida com nascente própria, um recurso inesgotável, tão grandioso quão precioso, que nos leva ao começo do tudo. E é mesmo aí, mesmo onde tudo nasce… O vazio fértil, o clímax cresce e leva-nos até ao ponto orgásmico sem retorno, onde explode a “pequena morte”. É aí que se alimenta a vida e os sentidos entram em desordem sinestésica qual brilho do Sol no crepúsculo repartido infinitamente pelas estrelas... De repente tudo nasce e renasce à luz do novo, a semente germina na primeira folha tão translúcida quanto delicada, com a certeza que vai florescer com o pantone inteiro das cores mais nítidas e vibrantes. Celino Lopes Barata
Celino Lopes Barata
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