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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Pausa para Pensar || Pensamento Original





Pausa para pensar || Pensamento Original

O pensamento é como o batimento cardíaco e a respiração, inconscientemente ele nunca para, mas, por vezes, ficamos sem respiração ou com a sensação de arritmia, tal como o pensamento. Este, por vezes, finta-nos, prega-nos partidas, quando temos tudo para estarmos felizes, há, subitamente, um pensamento negativo que nos assombra a dizer “não vais conseguir”, “a sorte não está do teu lado”, “para quê tentar”.

Pois bem, existe um exercício prático muito simples, mas exige alguma atenção e dedicação, antes de se tornar mentalmente evidente é preferível apontar no papel, em forma de grelha, na primeira coluna descrever o pensamento negativo que ocorreu, na segunda coluna escrever as evidências da realidade desse pensamento e, na terceira coluna, apontar possíveis pensamentos alternativos sempre que esse pensamento negativo ocorrer.

Para que o pensamento alternativo seja o dominante, ou seja, o motivador em fases decisivas da nossa vida, é importante fazer este exercício de pensamento mental.

O pensamento é livre, ou melhor, livre não é sinónimo de liberdade, livre de regras, de filtros e restrições da forma como se deve pensar, para adquirir um pensamento que se quer libertador por si mesmo, temos um longo caminho que se faz diariamente, através de pequenos exercícios que questionam a própria realidade das coisas.

Porque nem sempre percecionamos o que está mesmo à nossa frente. Por vezes, vemos o que queremos ou estamos predispostos a ver, convencidos de que aquilo que vemos é tudo que há para ver. Mas quem garante que estamos a ver de um ângulo ou uma direção que é a mais correta para a situação em causa?

Repara, há mais que uma forma de pensar/observar um problema. Naturalmente, é fácil negligenciar a forma mais produtiva ou criativa de lidar com as coisas. Quando habituados a problemas simples e nos deparamos com algo mais complexo e que parece irresolúvel é necessário dar ênfase a uma nova abordagem, para acionar a ignição para prosseguir a linha do pensamento até chegar a uma solução satisfatória.

Muito se fala em pensar fora da “box”, mais um ”cliché” dos “Mental Coching”. Como não aprecio frases ou teorias pré-feitas, esse conceito e outros subjacentes ao pensamento divergente e criativo, em que, ao fazer um “Brainstorm” de ideias, estas se tornam, novamente, concretas, assim que existe uma abertura, ou seja, uma filtragem das ideias mais irreais, supostamente fica apenas a que seja aceite e viável e, mais tarde, vendável como se de uma ideia de negócio se tratasse.

Prefiro não nomear ou rotular formas de pensar, mas se for que seja um pensamento fora do mundo do nosso e dos outros, sem sofrer influências; porque as nossas experiências determinam o que vemos, se possível; que seja algo original com essência própria, seria o “pensamento original” que deveria questionar as estratégias a forma como olhamos o mundo, para descobrir soluções inesperadas, pensar novas direções. Não há chaves no mundo da estimulação cognitiva mas, se houver, uma delas é compreender a perceção, tal como os mágicos fazem quando fazem acontecer a magia mas, como em tudo, é preciso sinceridade e acreditar na sua possibilidade.

O porquê do pensamento original? Porquê pensar de forma diferente da habitual!? O porquê de percecionarmos as coisas de forma particular? Por que há coisas que nos escapam? Como ver através da melhor perspetiva para cada situação? Como adquirir esta sensibilidade para percecionar e aceitar a diferença de pensamento sem preconceitos?

Por haver questões que ultrapassam as regras, como as do xadrez que obedecem às regras do jogo, e é com aquelas que o jogador tem que lidar para ganhar o adversário, jogada após jogada. Existem questões em que temos que pôr de lado conceitos e regras para descobrir outras opções, outras questões ou ver se o problema é realmente um problema, poderá ter uma solução bem mais simples que, por algum motivo, não estamos a vislumbrar.

Esta abordagem de pensamento não é propriamente um trabalho difícil e o esforço não é garantia de sucesso, porque o esforço em demasia pode levar a padrões rígidos de pensamento e o que se pretende é destreza mental e inteligência aplicada, era o que a minha avó queria dizer com o “olho vivo e pé ligeiro”.

É necessário, ao mesmo tempo, ter a capacidade de relaxar numa abordagem mais despreocupada, mas interessada, como o possível prazer de executar o nosso trabalho na nossa praia preferida, como o sábio faz, e muito bem, na sua pressa vagarosa do querer saber mais com a prudência de auto questionar a sua evolução e a do universo.

Como é isto de pensar original!?
Como posso ver esta questão de outro ângulo-perspetiva!?
Se for apenas um quebra-cabeças verbal, quais são as palavras com duplos significados?
Pôr de parte o preconceito e dizer “estou a dar isto como o mais certo, mas se não o fizer o que devo pensar ou ver”.

É preciso estar disponível para o desafio da mudança de pensamento, ter consciência que o nosso cérebro é uma centena de milhares de milhões de neurónios, capazes de fazer conexão com dezenas de milhares de outras células. Por isso temos uma enorme capacidade de aprender, não devemos cingir-nos a uma única abordagem mental.

Se te consideras uma pessoa lógica e dás preferência às ciências exatas, lembra-te que poderás estar a perder um bem precioso que é a visão de uma flexibilidade mental muito mais alargada, onde terás, certamente, mais que uma forma de pensar, de ver, abordar e solucionar uma questão. Pode ser no trabalho, em família ou no convívio com amigos.

O pensamento, por si só, é o que temos de mais certo em nós, lembra-te, ao criares hábitos de pensamento originais e benéficos para ti, com originalidade marcante para a memória, como a brisa do mar que rejuvenesce o ar, desta forma estarás sempre em genuína e agradável companhia. 

Antes de alguma situação habitual ou inesperada,  se sincero e faz uma pausa e dá abertura à prática do teu pensamento original.


                                                     Celino Barata


2 comentários:

  1. Bem puto, já te conheço á algum tempo, embora o pensamento acompanhe o tempo, tenho que dizer que o tempo te fez muito bem. Como dizia a minha Avó "o tempo é que amadura os marmelos". Como dizes "as nossas experiências determinam o que vemos" na minha humilde experiência de vida, tenho uma frase/pensamento que me acompanha "só vence quem acredita na vitória". Beber do teu pensamento e juntar ao meu, em primeiro temos de pensar "ideializar" de seguida "acreditar" e por fim fazer, não basta só fazer tem que se fazer bem. Desta forma se consegue a vitória. De momento é o meu pensamento. Que o tempo te acompanhe nos pensamentos. Grande abraço Primaço.

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  2. Primaço obrigada pela tua atenção, leitura, amizade de sempre e ensinamentos! Grande abraço

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