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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Pausa || Para escrever



















Pausa || Para escrever

Não é novidade para ninguém que colocar no papel o que nos vai na alma pode ajudar a minimizar efeitos de acontecimentos traumáticos. O que ainda não se sabia era que, além das feridas emocionais, escrever também pode ajudar a curar feridas físicas. Visto a lógica deste estudo parece-me natural, quando a escrita se torna um bom catalisador de catarse emocional, esta permite uma oxigenação superior do organismo, logo a fortificação do sistema imunitário.

A observação da forma como se escreve desde a forma da grafia de cada letra à forma como se conjugam as palavras pode dizer muito da nossa personalidade e do nosso estado anímico no momento em que o fazemos. Repara que a tua forma de fazer as letras é só tua, é como a tua impressão digital, e que bonita é a caligrafia de algumas pessoas. Importa saber que a escrita acompanhada e dirigida pode ter bons resultados terapêuticos no tratamento de alguns desequilíbrios mentais. 

Escrever à mão, nos dias de hoje, está em desuso, mas é das melhores formas de estimulação cognitiva que temos desde os primórdios grafemas na era do bronze, que o homem tem a necessidade de se comunicar e relatar os acontecimentos. Atualmente a escrita é raro, ser feita em papel, enviar cartas e receber. A maioria da correspondência que nos chega à nossa caixa de correio são contas para pagar ou anúncios para comprar.

Ainda me lembro das primeiras cartas que escrevi e recebi, tanta importância tiveram no meu crescimento.

Agora a escrita passou a ser só o essencial, pequenas frases por mensagem, e-mails, ou somente emojis de emoções. É curioso que antes dos alfabetos (os mais conhecidos eram os hieróglifos egípcios) a comunicação era feita por símbolos, os chamados sinais sagrados. Para dizer boi fazia-se o desenho de um boi. Decifrar a mensagem de um hieróglifo era tão sagrado, quanto secreta tenta ser a mensagem de emojis com uma junção de letras à mistura na transmissão de emoções, nos dias de hoje.

Ao começar a escrever algo, seja o que for, existe sempre o chamado “síndrome da folha em branco” em que parece que é preciso ter a mente completamente limpa para começar. Tal como um pintor quando decide pintar um quadro, precisa de inspiração par dar a primeira pincelada, a primeira gota de tinta a colorizar a tela, a escrita também assim o exige como se a musa da escrita precisasse de ser mimada a cada dia, para que a criatividade e a inspiração não navegue além das margens da folha.

Toda a palavra deve ter vida própria em estado de liberdade, pode estar errada, mesmo sem sentido, no meio, do princípio ao fim, que sempre se divirta, quem a lê, a interpreta, ou a cante em tom de canção, e dance a quem fez aquecer o coração.

Escrever é um momento criativo com asas sem limites de céu, é aquele encontro contigo mesmo, em que a tua própria voz rediz o pensamento em cada palavra.

Como vos digo, cada um saberá a sua forma de o fazer, não sou um escritor por excelência, sabendo das minhas limitações, para mim escrever é uma luta como o é para todos os disléxicos que encalaram os erros. Passei a encará-los sem medos, já sem qualquer nervosismo, ou sentimento de inferioridade perante o erro por mais repetitivo que seja, “o disléxico puro sabe que há palavras que se escrevem assim, mas erra na mesma porque a velocidade de processamento do que está a pensar é mais rápido que a capacidade de escrita”. Sem querer desculpar-me, o importante é comunicar, o meu corretor “Julix-llabela” (nome fictício). Diz que eu a escrever sou como o Nobel José Saramago, não existem regra gramaticais, vírgulas e pontos finais. Não há limites e por vezes saio da própria folha em branco. Nesta tentativa de perceber a dislexia de próximos e longínquos temos coisa em comum, uma necessidade enorme de nos comunicarmos, mas a maioria evita a escrita, por ser, naturalmente, um esforço acrescido.

Qual é a tua forma de escrever!? Gostava mesmo de saber, vou só ler sem tentar perceber como pensas ou é a tua personalidade, só se me pedires muito. Somente porque escrever é isso mesmo, uma partilha com os outros, o que sentimos no nosso íntimo.  

Há quanto tempo não escreves uma carta para alguém!?

Ou simplesmente não registas um acontecimento importante!?

Ter um caderno de bolso ajuda a registares algumas ideias para futura escrita. Sabes que escreveres descrições de situações, sensações ou emoções “in loco” são muito mais fidedignas com a tua memória, este relato e a recordação futura fica preservada.
Este exercício de registares memórias presentes, pode auxiliar a tua memória no futuro. Escreve e vais ver a tua evolução, como ser comunicativo, o que escreves hoje ou a capacidade que descrever o que sentes hoje será diferente de um dia mais à frente, mesmo que a situação ou emoção seja parecida.
 
Faz uma pausa e permite-te escrever algo nem que seja só para ti, mas dá-te esse presente, que decerto vai ser uma boa recordação futura. O que escreves, apesar de não ser tão rápido, mas pode ser mais descritivo que uma foto ou uma selfie de uma situação. Acreditas!? 

Boa escrita.

Celino Barata



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Pausa para não fazer nada || Dolce fare niente



Pedro Flávio || Fotografia


Pausa para não fazer nada || Dolce fare niente

O “dolce fare niente” está muito ligado aos latinos, não descriminando ninguém a expressão italiana, assenta como uma luva a quem aprecia com todo o prazer a degustação do como é doce não fazer nada, mas é preciso tirar partido dos grande benefícios  desta forma de estar.

Às vezes é preciso não fazer nada, mesmo nada. Fazer nada é mais difícil do que se pensa. Mesmo quando o nosso corpo é levado pelo cansaço, o nosso pensamento não para, mesmo que se queira a nossa mente viaja por variadas situações.

Mesmo quando sentimos a sensação do dever cumprido, em que o descanso é mais que merecido, como o guerreiro que vence a luta das batalhas do dia-a-dia, nem sempre o não fazer nada acontece. Porque o quotidiano exige-nos multitarefas, urgentes, in loco, aqui, agora, já.

Na hora de descansar, pensamos que sabemos descansar o nosso corpo, também devemos conseguir descansar a nossa mente.

É necessário descobrir que o nada pode ser infinitamente melhor para a mente por ser uma oportunidade única de possibilidades.

Eu posso dizer nada sei sobre o nada! Mas quero saber!

O quê!?

Aprender a não fazer nada!?

Isso é para os mandriões! Muito pelo contrário!

Não fazer nada não é procrastinar, quer no trabalho, no estudo ou no trabalho académico, só para sentir o stress de ultima hora, dos prazos ou antes das avaliações, das frequências. A questão é que quem se habitua a procrastinar vai fazê-lo por não se dissociar da pessoa. E depois. claro falta tempo para o ócio com a elegância de um felino satisfeito a ronronar por simplesmente não ter que fazer nada.

Já agora o que nos ensinam sobre o nada, por exemplo, o que nos ensinaram sobre ele na escola? Muito pouco ou quase nada. Talvez seja por isso que o tememos tanto como se fosse pecado, ou um monstro de 8 cabeças disformes e infinitas.

Digo abertamente a todas as empresas e grandes lideres de produtividade que esta aumentaria significativamente, se existirem espaços e tempos para não fazer nada nos horários de trabalho, momentos do nada, de pausa mental, precisam-se, em que o nada deve ser experienciado através de uma partilha criativa de cada ser em interação com o nada do outro. 

Tal como o pensamento é livre, como o pulsar vibrante dos nossos corações o aprender a não fazer nada à séria e com elegância, deveria estar instituído nas metas curriculares do ministério da educação, desde o pré-escolar, incorporado na expressão livre de sentir as nossas emoções. 

É preciso deixar que o nada aconteça e o nada não é para ser entendida como uma questão filosófica mas sim uma experiência ativa e prática, de que se quer experienciar, viver e sentir, é mais que uma breve pausa a meio do dia ou ao por do sol.
  
É um nada, onde se deve atingir um estado limiar, consciente, como acontece em cada crepúsculo, que convida o dia a serenar, para que a noite brilhe, naturalmente, nas suas infinitas possibilidades, de uma Via Láctea que quer ser descoberta, com a eminência da teoria da relatividade geral de Einstein sempre presente, onde o tempo e o espaço se fundem no nada, o verdadeiro nada que só existe em cada buraco negro, que não é nada mais, nada menos, que restos de antigas estrelas, que são tão densos, que nem a luz consegue escapar, é a força mais destruidora do cosmos. Não te assustes, mas na verdade é que nada escapa, mesmo nada, pode escapar ao buraco negro, depois de algo passar, pelo ponto de não retorno, o que Einstein chamou de horizonte de eventos, onde a fuga é impossível, mas é ai que se abre a possibilidade para a singularidade segundo a Física.

Será que só quando conseguimos atingir o nada, o não fazer nada na qual a mente não pensa em nada, é que experienciamos a vivência mais genuína com a nossa singularidade.

Para que não se ouça “há e tal, não se faz nada”, pois bem, dizes que não se faz nada, aprende mas é a fazer algo do nada.

Sentir que o nada pode ser um catalisador infinito de possibilidades de liberdade, melhor que fazer ou ter um imensidão de coisas que sem a sua devido gosto e atenção, são isso mesmo, reduzidos a um valor de um mero nada.

Parece que é preciso ter coragem para não fazer nada, para não pensar em nada, sem preocupações, como se na vida inteira não tivéssemos esse direito de viver em estar contigo mesmo, e não é ser egoísta, és tu, só tu, só tu o podes sentir. E depois claro partilhar o teu nada com os outros.

Nesta era que muito se fala, muito se escreve, mas pouco ou nada se sente cara a cara, como um vínculo afetivo de verdadeira partilha emocional.   

Experimenta!

Já reparaste que quando o nada existe, abre-se a possibilidade imensa de tudo poder acontecer, como se de um nova esperança de nascimento se tratasse????

Saudações ou felicitações para quem tem coragem! De não fazer nada! E aproveitar para fazer algo do nada!

Dizer "agora, eu sou a prioridade" o meu nada é a prioridade, desculpa agora não posso, estou ocupado a não fazer nada.

Já que é para não fazer nada, que tal fazer um género de "reset" só para ver o que acontece.

Como quando fazemos apneia debaixo da água, e sentimos o corpo e a mente a flutuar em câmara lenta.

Ter a capacidade de sair de nós mesmos para nos observarmos como se fosse um “drone” a filmar-nos de cima.

Mesmo quando estás tão tenso(a) e te sentes  como se fosse a panela de pressão pronta a explodir, o que lhe vale é a bailarica, que aproveita a saída de ar, onde a água já em vapor e com os seus sais e seus aromas assobia e rodopia como se de uma dança se tratara, tal como ela deixa te levar, e aproveita as possibilidades do nada das coisas mais simples.

Onde está a doçura do nada, do fazer acontecer o nada!?


Terás que descobrir, creio que estará na simplicidade de cada encontro contigo mesmo.

                                                           Celino Barata

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Pausa para Brincar || Brincar é Urgente!! Já Brincaste Hoje???




Pausa para Brincar || Brincar é Urgente!! Já Brincaste Hoje???

Brincar é a ação de entreter, distrair, recriar, dar ânimo a objetos que tudo podem como super heróis, pedrinhas, paus, bonecas, carros, bolas… são a porta aberta para o mundo mágico do imaginário, onde o nada se transforma no tudo, como forma expressiva do inocente e mais puro que há em nós.

É uma necessidade básica, tal como beber, comer, dormir e amar… Brincar está na natureza do desenvolvimento humano, em qualquer idade, é a capacidade genuína de reinventar a juventude. Através do brincar relativizamos a realidade!! Quem não o faz… pode comprometer o seu crescimento como pessoa, mas também desventura a memória de recordar o prazer de uma brincadeira futura.

Neurocientistas indicam que brincar alivia as dores psicossomáticas, a ansiedade e a sintomatologia depressiva. Há tempos fizemos um exercício com alunos onde o tema era o abraço e o beijinho que funcionavam como um ansiolítico genérico, farei agora o brincar como sendo antidepressivo grátis.

Brincar é uma experiência tão rica e complexa que, ao superar uma expetativa, cria uma explosão de alegria única, capaz de alterar a morfologia cerebral, pois a brincadeira desenvolve ligações neuronais por optimizar, naturalmente, o vínculo de laços afetivos.

Brincar não é sinal de imaturidade, muito pelo contrário, desafia a inteligência. Observa bem uma criança a brincar, seriamente, e todo o empenho que aplica nas várias superações de si na sua brincadeira preferida! 

O mesmo acontece com a aprendizagem de assuntos sérios e complexos, a assimilação de conhecimentos é facilitada, sempre que o sentido de brincar está presente por ser uma via privilegiada para as emoções positivas.

As brincadeiras vão evoluindo, no tempo dos nossos avós a brincadeira principal era cantar, enquanto realizavam os trabalhos do campo ou jogos tradicionais; era nos domingos, ao fim da missa, ou a caminho dos privilegiados que iam à escola, a saltar ao elástico, a jogar à macaca e a fazer bonecas de trapos, brincadeiras que deliciavam as raparigas e jogos como a bilharda, a malha e fazer carros de madeira ou cortiça entretinham os rapazes.

Na minha infância, só na minha rua éramos sem descriminação, 16 rapazes e 5 raparigas. A rua tinha um chamariz que era gritar alto o “Thurru Thurru”. Era o aviso, o primeiro amigo que já se tinha despachado dos trabalhos da escola já estava disponível para a brincadeira. Todos juntos, além de enfiar a bola no buraco do “baturel”, brincávamos desde a “sirumba”, ao “pum” uma espécie de paintball virtual de índios e cowboys, sem balas nem flechas. Todos os anos construíamos casinhas de brincar, desde as paredes aos tetos, com os mais requintados pormenores, só para ter o nosso porto de abrigo!

E quando dois amigos juntavam uns escudos para comprar dois gelados de gelo, depois de lambuzarmos o gelado, com o pau do mesmo, abríamos um buraquinho a meio no pau, como se fora uma baliza, até onde pudesse passar só a moeda de 1 escudo. Ao deslizar a moeda numa soleira de pedra lisa, tentávamos acertar no buraco da baliza… quando a moeda passava, era golo!! Podíamos passar assim uma tarde de completa diversão, até nos lembrarmos de uma nova brincadeira, sempre com o sentido de criar algo do nada.

Quanto a tecnologias, só no princípio da pré-adolescência é que um amigo me apresentou o “pong” um jogo de computador num “Spectrum”, um jogo que demorava uma meia hora a instalar. A lógica do jogo era a mesma dos paus de gelados e da moeda, era um ponto como se fosse uma moeda e um traço de cada lado como se fossem os paus, o ponto se passasse era golo.

A evolução e a criatividade são tantas e tão apelativas que agora, na era do “touch”, as aplicações são sugestivas ao ponto de a Dª Gertrudes (nome fictício) com queixas constantes de dor de cabeça, exceto na hora de brincar com uma aplicação que alia o efeito “stroop”, à cor, à forma do objeto, tendo que seguir a sequência, ou a mesma cor, ou a mesma forma geométrica.

A Dª Gertrudes, para meu espanto, passou logo de nível na primeira vez e chegou ao 7 nível após 15 minutos de prática no primeiro dia. Brilhante, para mim, refere que tem facilidade. Chegámos à conclusão que, o facto de sido costureira de renome na nossa capital, capacitou-a para a destreza de selecionar corretamente formas e cores.

A brincadeira é a magia que vai muito para além do que se vê, é o sonho que se torna real. Na brincadeira definem-se vários papéis sociais, as questões de género e, até, o “status quo” do que se espera socialmente. Inclusive já existem laboratórios tecnológicos para ajudar a definir vocações.

Mesmo sabendo dos benefícios da brincadeira, existem preconceitos relativos ao ato de brincar muito associados à idade e ao género. Nem sempre é socialmente aceite uma brincadeira de infância num adulto ou idoso e a brincadeira de rapaz não é de rapariga.

Qual é a tua brincadeira preferida!? Ou a que melhor se adapta a ti ou tu a ela!? Agora, por favor, não ligues ao que o julgamento alheio possa dizer, o que importa és tu! Porque o divertimento é teu!! O Teu humor e sanidade agradece!!

Vamos brincar!? Pode ser à festa da criança que há em nós! Ou outra qualquer, o que importa é brincar! Vamos brincar!!? Thuurruu thuurruu  ;)


*Saber mais acerca do Efeito Strup: pretende criar interferência através de palavras escritas com cores diferentes da palavra escrita. Este teste tem o propósito de avaliar a atenção, que a pessoa tem que ter, ao dizer a cor que está colorida a palavra e não a leitura da mesma. Como o processo de leitura é mais rápido que a identificação de cores, existe a tendência para dizer a palavra escrita, e não a cor. 

https://vimeo.com/53623710

                                                           Celino Barata





sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Pausa para acordar || Já despertaste hoje?




Pausa para acordar || Já despertaste  hoje?

Acordas bem disposto?! Tens uma noite tranquila?? Dormiste um sono profundo??? Muito bem, já deves estar a seguir as Pausas anteriores da respiração diafragmática e de como dormir bem. É meio caminho para um acordar bem disposto e energético.

Acordar e ir logo para os “gadgets” para saber o que está a acontecer no mundo, ou no do vizinho do lado, não é das melhores formas de dizer bom dia a ti mesmo. Não queiras começar o dia a saber tanto quanto o jornal mais sensacionalista e mais vendido em Portugal. É dos maiores erros, porque limitamos o pensamento fresco da manhã ao que vamos encontrar na primeira pesquisa, ver uma felicidade falsa nas redes sociais ou dar logo de caras com as notícias do mundo, como diria o outro jornalista “o drama, a tragédia, o horror, vamos ver”. Esta atitude leva-te a descurar o teu precioso pensamento próprio que é só teu, a cada manhã.

Para muitos, acordar sem cafeína é impensável, se dormes assim tão bem porque te agarras logo a uma chávena de café pela manhã!? E pões açúcar!? Do açúcar falarei, depois, numa próxima Pausa!

Um breve exercício, como caminhada ou corrida de dez minutos dá-te mais endorfinas de bom humor, que um café e demora o mesmo tempo. Sais de casa mais cedo e vais apanhar o ar fresco e a luz do sol. Estes reduzem o stress e a sensação de fadiga, pode ser ao som da tua lista de músicas favoritas.

Muito antes de perceberes se dormiste bem ou não, espreguiça-te logo, não percas tempo, e espreguiça-te quantas vezes te apetecer. Espreguiça-te mesmo ao longo do dia!

O espreguiçar é para mandriões! Pois bem, nem todo o conhecimento comum é verdadeiro, parece mal à frente do teu chefe ou a qualquer desconhecido, mas a verdade é que sabe bem espreguiçar, porque é a melhor forma de alongar e aquecer as articulações logo pela manhã. É tão importante, quanto aquecer antes de praticar exercício, previne lesões, desperta todo o organismo para o que vai acontecer no teu dia.

E o pequeno-almoço é em casa, tranquilamente, ou sais de casa a correr e comes só quando sentes fome por te baixar a glicemia no sangue e comes o que te aparece no café ou bar a caminho do trabalho!?

O pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia pois deve fornecer boa energia para te ajudar a despertar o que melhor há em ti, é fundamental saborear alimentos que te façam sentir saciado como derivados de laticínios, tais como iogurte, requeijão e queijo, incluir hidratos de carbono de assimilação lenta como cereais integrais, como aveia, e frutas, maçã a laranja ou a banana. Um dia que vás fazer um trabalho extra podes incluir uma proteína rica e saudável que vem do ovo, e que bem que sabe, feito ao teu gosto.   

Agora já estás desperto!?

Acordar é diferente de despertar, não é só abrir os olhos mas sim prestar atenção ao que importa, como uma idosa, de nome fictício “Zeferina”, à qual a demência tirou a fala e a sua inquietude e o discernimento para onde quer ir, mas serena e desperta atentamente à aplicação em Tablet de uma ovelha que lança bolas de lã ao ar e, ao tocar nelas, crescem borregos e fogem a fazerem o som característico “mééémééé”. Desperta com esta aplicação porque é do seu agrado, porque um dia em tenra idade foi pastora de rebanhos.

E tu o que te faz despertar!?

O que te faz abrir os olhos com alegria por ires fazer algo que gostas genuinamente??

Não há desculpas por teres de ir trabalhar. Ainda bem que tens trabalho! Melhor seria se fizeres o que gostas!

Presenteia-te diariamente, todas as manhãs, com algo teu, algo que constróis para ti e para os teus com alegria de quem se está a recriar. Inicialmente, não tem que criar aquela sensação de “Huuhahauu” espanto de uma criança que vê um truque de magia acontecer e não percebeu bem como foi feito mas a magia aconteceu mesmo.  O que importa é sentir que estás disposto a viver algo novo em ti.  

Pode simplesmente ser uma pintura, escrever, cantar, dançar, caminhar, correr seja o que for, mas algo que desperte a criatividade que há em ti. O que importa é canalizares a tua energia matinal para um despertar mais alegre e animado.

E, decerto, aconteça o que acontecer, o teu dia será encarado de uma forma mais positiva. 


Bom dia com um bom despertar.


Celino Batata