Pausa para Brincar || Brincar é Urgente!! Já Brincaste
Hoje???
Brincar é a ação de entreter,
distrair, recriar, dar ânimo a objetos que tudo podem como super heróis,
pedrinhas, paus, bonecas, carros, bolas… são a porta aberta para o mundo mágico
do imaginário, onde o nada se transforma no tudo, como forma expressiva do
inocente e mais puro que há em nós.
É uma necessidade básica, tal
como beber, comer, dormir e amar… Brincar está na natureza do desenvolvimento
humano, em qualquer idade, é a capacidade genuína de reinventar a juventude.
Através do brincar relativizamos a realidade!! Quem não o faz… pode comprometer
o seu crescimento como pessoa, mas também desventura a memória de recordar o
prazer de uma brincadeira futura.
Neurocientistas indicam que
brincar alivia as dores psicossomáticas, a ansiedade e a sintomatologia
depressiva. Há tempos fizemos um exercício com alunos onde o tema era o abraço
e o beijinho que funcionavam como um ansiolítico genérico, farei agora o
brincar como sendo antidepressivo grátis.
Brincar é uma experiência tão
rica e complexa que, ao superar uma expetativa, cria uma explosão de alegria
única, capaz de alterar a morfologia cerebral, pois a brincadeira desenvolve
ligações neuronais por optimizar, naturalmente, o vínculo de laços afetivos.
Brincar não é sinal de
imaturidade, muito pelo contrário, desafia a inteligência. Observa bem uma
criança a brincar, seriamente, e todo o empenho que aplica nas várias superações
de si na sua brincadeira preferida!
O mesmo acontece com a
aprendizagem de assuntos sérios e complexos, a assimilação de conhecimentos é
facilitada, sempre que o sentido de brincar está presente por ser uma via
privilegiada para as emoções positivas.
As brincadeiras vão evoluindo, no
tempo dos nossos avós a brincadeira principal era cantar, enquanto realizavam
os trabalhos do campo ou jogos tradicionais; era nos domingos, ao fim da missa,
ou a caminho dos privilegiados que iam à escola, a saltar ao elástico, a jogar
à macaca e a fazer bonecas de trapos, brincadeiras que deliciavam as raparigas
e jogos como a bilharda, a malha e fazer carros de madeira ou cortiça
entretinham os rapazes.
Na minha infância, só na minha
rua éramos sem descriminação, 16 rapazes e 5 raparigas. A rua tinha um chamariz
que era gritar alto o “Thurru Thurru”. Era o aviso, o primeiro amigo que já se
tinha despachado dos trabalhos da escola já estava disponível para a
brincadeira. Todos juntos, além de enfiar a bola no buraco do “baturel”,
brincávamos desde a “sirumba”, ao “pum” uma espécie de paintball
virtual de índios e cowboys, sem balas nem flechas.
Todos os anos construíamos casinhas de brincar, desde as paredes aos tetos, com
os mais requintados pormenores, só para ter o nosso porto de abrigo!
E quando dois amigos juntavam uns
escudos para comprar dois gelados de gelo, depois de lambuzarmos o gelado, com
o pau do mesmo, abríamos um buraquinho a meio no pau, como se fora uma baliza,
até onde pudesse passar só a moeda de 1 escudo. Ao deslizar a moeda numa
soleira de pedra lisa, tentávamos acertar no buraco da baliza… quando a moeda
passava, era golo!! Podíamos passar assim uma tarde de completa diversão, até
nos lembrarmos de uma nova brincadeira, sempre com o sentido de criar algo do
nada.
Quanto a tecnologias, só no
princípio da pré-adolescência é que um amigo me apresentou o “pong” um jogo de
computador num “Spectrum”, um jogo que demorava uma meia hora a instalar. A
lógica do jogo era a mesma dos paus de gelados e da moeda, era um ponto como se
fosse uma moeda e um traço de cada lado como se fossem os paus, o ponto se
passasse era golo.
A evolução e a criatividade são
tantas e tão apelativas que agora, na era do “touch”, as aplicações são
sugestivas ao ponto de a Dª Gertrudes (nome fictício) com queixas constantes de
dor de cabeça, exceto na hora de brincar com uma aplicação que alia o efeito
“stroop”, à cor, à forma do objeto, tendo que seguir a sequência, ou a mesma
cor, ou a mesma forma geométrica.
A Dª Gertrudes, para meu espanto,
passou logo de nível na primeira vez e chegou ao 7 nível após 15 minutos de
prática no primeiro dia. Brilhante, para mim, refere que tem facilidade.
Chegámos à conclusão que, o facto de sido costureira de renome na nossa
capital, capacitou-a para a destreza de selecionar corretamente formas e cores.
A brincadeira é a magia que vai
muito para além do que se vê, é o sonho que se torna real. Na brincadeira
definem-se vários papéis sociais, as questões de género e, até, o “status quo”
do que se espera socialmente. Inclusive já existem laboratórios tecnológicos
para ajudar a definir vocações.
Mesmo sabendo dos benefícios da
brincadeira, existem preconceitos relativos ao ato de brincar muito associados
à idade e ao género. Nem sempre é socialmente aceite uma brincadeira de
infância num adulto ou idoso e a brincadeira de rapaz não é de rapariga.
Qual é a tua brincadeira
preferida!? Ou a que melhor se adapta a ti ou tu a ela!? Agora, por favor, não
ligues ao que o julgamento alheio possa dizer, o que importa és tu! Porque o
divertimento é teu!! O Teu humor e sanidade agradece!!
Vamos brincar!? Pode ser à festa
da criança que há em nós! Ou outra qualquer, o que importa é brincar! Vamos
brincar!!? Thuurruu thuurruu ;)
*Saber mais acerca do Efeito
Strup: pretende criar interferência através de palavras escritas com cores
diferentes da palavra escrita. Este teste tem o propósito de avaliar a atenção,
que a pessoa tem que ter, ao dizer a cor que está colorida a palavra e não a
leitura da mesma. Como o processo de leitura é mais rápido que a identificação
de cores, existe a tendência para dizer a palavra escrita, e não a cor.
https://vimeo.com/53623710
https://vimeo.com/53623710
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